sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Modelos de Comunicação

Modelos Básicos / Modelos de Base Linear / Modelos de Informação


Lasswell com o seu modelo de Base Linear pretendia descrever o acto de comunicar. Para ele o acto de comunicação tinha de responder a 5 perguntas: “Quem / Diz o quê / Através de que meio / A quem / Com que efeito.” (Manuel João Vaz Freixo, Teorias e Modelos de Comunicação, p. 340).







A análise destes dois últimos define os restantes sectores de investigação sobre os processos comunicativos de massa.











Surgiram então imensas obras e estudos a tratar esta problemática.
Mais ou menos ao mesmo tempo que Lasswell, apareceram dois outros estudos, um de Claude Shannon, e outro de Warren Weaver.
Ambos exprimem através de um esquema linear matemático, unidireccional, um modelo linear de comunicação com seis elementos.
















A este propósito, Escarpit, estabeleceu um paralelo com o processamento da informação no homem, tendo referido que: “quando falamos com alguém, uma parte do cérebro, situada no cortéx, funciona como fonte; uma outra parte, situada na zona temporal do hemisfério esquerdo (para quem usa a direita), funciona como codificador.



Modelos de Base Cibernética ou Circulares


Consideramos como modelos de base cibernética aqueles que integram o feedback ou a retroacção como elemento regulador da circularidade da informação. Este campo da cibernética foi desenvolvido por Norber Wiener tratando-o como “todo o campo da teoria do controlo da comunicação, na máquina ou no animal” ( Manuel João Vaz Freixo, op. cit., p. 347).







Segundo Breton, a cibernética está na origem do paradigma moderno da comunicação, global e unificado.Os modelos de comunicação interpessoal já se inspiram claramente nos modelos de base cibernética, pois traduzem uma comunicação numa situação de interacção face-a-face, consistindo em eventos de comunicação oral e directa.









O modelo de comunicação interpessoal de Wilbur Schramm trouxe não só alterações aos modelos lineares, mas também lhe introduziu precisões suplementares.
Para Schramm o processo de comunicação é interminável, é como se nós fossemos pequenas centrais telefónicas recebendo e reencaminhando a corrente infindável de informação.









A noção de feedback é semelhante à de reacção, uma vez que quando o receptor recebe a mensagem, ele reage e vai codificar a sua própria mensagem em função daquilo que recebeu. Existe também uma espécie de feedback que provém da própria mensagem, da inflexão de voz, dos gestos, da mímica, da postura corporal, etc.







No caso do modelo circular de Jean Cloutier, a palavra EMEREC na sua obra “A era de EMEREC ou a Comunicação áudio-scripto-visual na hora dos self-media”, significa indivíduo, indivíduo esse que recebe e emite informação.










Modelos de Comunicação de Massas


Os modelos de comunicação de massas foram incluídos nos modelos de base cibernética, devido ao facto de os actuais meios de comunicação de massas, se inspirarem nos princípios da retroacção enquanto regulador da sua boa aceitação junto do seu público.
O modelo apresentado pelo investigador George Gerbner, segundo Denis McQuail e Sven Windahl tem o poder de “apresentar formas diferentes em função do tipo de situação de comunicação que descreve” (idem, p. 356.).






No modelo de comunicação de massas apresentado por Schramm, o emissor/fonte de comunicação é colectivo, são ao mesmo tempo, o organismo (ex: jornal) e os mediadores que dele fazem parte; as operações de codificação, interpretação e descodificação (são obra de uma imensidão de especialistas que existem, por exemplo: as informações recolhidas pelos jornalistas), e têm em conta o feedback/retroacção (ex: cartas dos leitores, aumento ou diminuição da tiragem). As mensagens emitidas são múltiplas, mas idênticas. A mensagem original vai ser ampliada e dirigida para vários receptores, que por sua vez a vão descodificar, interpretar e, por sua vez, codificar/reagir. Como cada receptor faz parte de um grupo, as mensagens difundidas pelos mass media vão prosseguir o seu caminho através desses grupos.



O modelo do processo de comunicação de massas de Maletzke foi considerado um bom exemplo académico de estudo, uma vez qu conseguiu demonstrar a complexidade da comunicação de massas nas suas implicações sociopsicológicas.
Modelos Socioculturais / Modelos Culturais / Modelos Culturológicos
O modelo cultural de Edgar Morin é, segundo Mauro Wolf o “estudo da cultura de massas distinguindo os seus elementos antropológicos mais relevantes e a relação entre o consumidor e o objecto de consumo” (idem, p. 379).




Abraham Moles distingue a cultura individual, como soma da educação da experiência de cada indivíduo no domínio da cultura e conhecimento colectivo, que é pertença dos grupos sociais.






Helena

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Utopia da Comunicação

Eu penso que todas as utopias são utópicas, pois nada consegue ser completamente perfeito neste mundo. No caso da Utopia da Comunicação, esta surgiu como «valor pós-tramático.
Segundo Diminique Wolton, o que se passa é que há «demasia na comunicação» (Manuel João Vaz Freixo, Teorias e Modelos de Comunicação, p. 59) com a qual eu concordo que acontece. Na nossa era a comunicação é uma vencedora, mas até que ponto é que isso não nos trás ambiguidades? É que um dos problemas que o homem moderno tem no presente é a capacidade de gerir uma tão grande variedade de informação que lhe é disponibilizada a toda a hora e a todo o momento, através da televisão, da rádio, da internet, etc. Estamos claramente numa sociedade de comunicação e informação, mas em contrapartida segundo Breton temos “novas desigualdades” e “novas exclusões” (Manuel João Vaz Freixo, Teorias e Modelos de Comunicação, p. 67), existem info-excluídos, ou porque não se interessam minimamente, ou porque não têm acesso às novas tecnologias de circulação de informação, ou porque não têm poder económico, e a alguns nem os “Magalhães” os salva.
Para concluir, considero que a utopia original pode estar a cair no risco de se estar a caminhar para uma maior exclusão, e de se estar a “tornar, de uma só vez, sombra e motor das tumultuosidades que aí continuamente afloram.”, tal como afirma Adalberto de Carvalho (Manuel João Vaz Freixo, Teorias e Modelos de Comunicação, p. 73).
Helena