sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Epistemologia da Comunicação


A comunicação surge como uma forma de quebrar um fundo de isolamento, estando a realizar algo em comum, emergindo como produto de uma relação ou encontro social. Foi com os monges cenobitas que surgiu pela primeira vez o termo comunicação, ao tomarem «a refeição da noite em comum» rompendo assim o isolamento. Verificamos pois, que na simples decomposição do termo «comum+acção», o qual significa «acção em comum», é uma partilha de dados, dados esses que possuem significado, para podermos obter a informação pretendida.

O termo redundância está muito relacionado com a «informação», pois é aquilo que “numa mensagem, é informação previsível ou convencional”. Mas é uma previsibilidade elevada, que acaba por ser de baixa informação por surgir do senso comum.
Vejamos o exemplo: A mulher deu de comer ao gato. Esta frase suscita-nos o senso comum; se fosse o oposto aí já não seria previsível.

Tal como a redundância, também a entropia está inteiramente relacionada com a informação, mas de modo oposto, uma vez que a entropia resulta de uma “previsibilidade reduzida, acabando por ser de elevada informação”. A entropia “mede” o grau de desordem de um sistema.
Por exemplo, a informação está associada à perda de incerteza devido ao número de possíveis sinais, no entanto, na gramática, na música ou qualquer outro sistema que possua estas regras tem uma entropia inferior, à que teria, caso não as possuísse.

Para Shannon e Weaver, “o ruído é responsável pelas interferências que prejudicam a transmissão perfeita da mensagem”.
O ruído é no fundo qualquer obstáculo que prejudique a boa recepção da mensagem e tudo o que se interponha e prejudique a reprodução exacta desta.
Alguns dos ruídos que nos vêm logo à memória assim que falamos no assunto talvez sejam o ruído do telefone e a interferência na rádio.

Tal como referi acima a comunicação significa «acção em comum», ou seja, partilha de dados, dados esses que possuem significado, para podermos obter a informação, pois esta é transmitida ao destinatário, mas também tem que ser partilhada por ele, ou seja, tem de receber a informação, mas também tem que saber compreendê-la. No entanto, a informação não produz comunicação, pois a informação é considerada um acto unilateral, ou seja, o emissor não espera resposta por parte do receptor.
Como professora, no início da aula, eu posso informar os meus alunos que a seguir vai haver uma reunião de estudantes numa determinada sala, e eles compreendem a informação, mas não estou à espera que eles me respondam, pois o objectivo era simplesmente que os alunos ficassem com a informação e a compreendessem.

A evolução na área da comunicação tem sido assim parte integrante da própria evolução do homem e da sociedade.

Helena

3 comentários:

  1. Helena,
    penso que mostra que percebeu os conceitos. Não tenho nada a assinalar a não ser que daqui para a frente os possa problematizar e compreender na prática.

    Obrigado
    PPM

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  2. Helena, muito bem. Sem seres muito exaustiva, abordaste todos os conceitos e com muito rigor.
    PS - Podias ter formatado o texto.

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